Moira Hans
Quando atravessei a porta da sala, a cena me congelou no lugar.
Jack estava no tapete, espalhando carrinhos coloridos, imerso num mundo só dele. David estava sentado no chão, do lado, empurrando um dos carrinhos devagar, fingindo competir, mas deixando o meu menino ganhar todas às vezes. Minha mãe, na poltrona, tricotava com o olhar mais leve do que eu tinha visto em anos, como se cada ponto fosse um pedaço de tranquilidade que ela tentava costurar de volta para nós.
Aquela sala não era a minha casa, mas parecia. Só que de um jeito estranho. Como se eu tivesse invadido um retrato perfeito de família, o retrato que eu sempre quis, mas nunca tive. O medo apertou no meu peito. Era frágil demais. E eu ti