Moira
Eu chorei. Minha mãe chorou. Mas não era de dor. Era de libertação. O quarto ficou pequeno para o tanto de alívio que veio depois que a palavra “morreu” atravessou o ar. Eu não pensei que um dia ia dizer isso, mas acabou. Não tem mais monstro batendo na porta, não tem mais barulho na janela de madrugada, não tem mais passo pesado no corredor. Acabou.
Segurei a mão da minha mãe. Ela tremia. Eu também.
“Acabou, mãe,” sussurrei. “Estamos livres.”
Ela assentiu com o rosto molhado. “Estamos livres.” Repetiu como quem precisa acreditar algumas vezes para virar verdade.