187. Último desparo
David Jones
Os tiros começaram do nada. O carro sacudiu com o impacto das balas contra a lataria. O barulho era ensurdecedor, uma chuva metálica batendo na blindagem.
Me encolhi no banco, respirando pela boca, tentando controlar o instinto de sair correndo. A sorte é que o carro era blindado. Ainda assim, cada disparo parecia atravessar minha pele.
“Droga…” murmurei, socando o volante.
Mas então percebi. Não eram só tiros contra mim. Havia resposta. Tiros de volta, ecos que vinham de diferentes lados. Enzo já tinha deixado tudo armado.
Esperei, o coração batendo tão forte que doía no peito. Minuto após minuto, até que o barulho foi diminuindo. Primeiro alguns tiros espaçados, depois silêncio.
Levantei a cabeça, devagar, e olhei em volta.
O portão da casa da Moira estava parcialmente aberto. Homens do Enzo estavam espalhados, armas em punho. Um deles, Josh, correu até mim.
“Fica abaixado, Jones!” ele gritou, gesticulando.
Abri a porta do carro, mesmo assim. “Cadê ela? Cadê a Moira?”
Jo