Lúcia Mendes
A luz cinzenta da manhã entrava pelas janelas do táxi quando ele parou em frente a nossa casa.
Eu não tinha pregado o olho.
O banco duro, o cheiro de desinfetante impregnado na roupa, a lembrança da minha mãe dormindo num leito de hospital, pálida demais... tudo grudado na pele como uma febre.
"Chegamos, filha."
A voz dela soou fraca, mas estava ali. Viva.
Assenti, engolindo em seco. Saí do carro antes mesmo de responder ao motorista, correndo para ajudá-la.
Ela estava magra d