David Jones
Eu já tinha visto aquela casa em dias de silêncio ensurdecedor, quando a sofisticação dos móveis engolia qualquer som humano e a respiração da Eliza parecia pequena demais para preencher os cômodos. Hoje, no entanto, a mesa do café da manhã era o oposto: bagunça, risadas, a fumaça doce de manteiga e massa, e a pequena vibrando tanto que parecia que ia flutuar.
"Você viu, tio David? Eu fiz a massa!" Eliza anunciou, com os dedos grudentos de xarope e o nariz corado de empolgação.
"Eu vi e estou pronto para provar o melhor prato do dia." Sentei, fingindo solenidade, e ela bateu palminhas, satisfeita. Havia luz nos olhos dela, mais do que eu tinha visto nos últimos meses. Lúcia, ao lado, ria de algo que Dona Maria comentava, um pano enfaixado no dedo e o cabelo preso de qualquer jeito. Era impressionante o efeito que as duas tinham provocad