Lúcia Mendes
Jones nos olhou animado.
"Está na hora."
Engoli em seco.
Ele já caminhava em direção à porta quando Nate passou por mim, as mãos nos bolsos do terno impecável, aquele sorriso malandro quase sumido.
Entramos os três no elevador. O ar parecia pesado demais para respirar. A caixa espelhada refletia meu rosto ainda inchado do choro, mesmo com maquiagem, eu via as marcas.
Eu me encostei no canto, abraçando a bolsa contra o peito.
Nate se inclinou discretamente na minha direção. A voz dele veio baixa, rouca, um sussurro quente que me arrepiou.
"Quando a porta abrir... você deixa qualquer emoção aqui dentro. Entendeu?"
Olhei para ele de soslaio.
Ele continuou, os olhos fixos nos meus:
"Seu pior pesadelo está lá fora, Lúcia. Eles farejam medo. Mostre os dentes se