Clara acordou cedo naquela manhã. O silêncio da casa parecia ainda mais pesado do que o habitual. As cortinas estavam levemente abertas, deixando que a luz suave do sol invadisse o ambiente, mas o calor da manhã não conseguia dissipar a sensação de inquietação que a acompanhava.

Ela olhou para o relógio, já atrasada para o trabalho, mas a sensação de pressa não a motivava como de costume. O que ela queria, na verdade, era continuar ali, perdida nos próprios pensamentos, tentando encontrar um jeito de organizar as peças soltas que estavam se acumulando em sua mente. Mas sabia que isso não seria possível. As obrigações do dia a chamavam, e ela não podia simplesmente fugir da realidade.

A decisão que ainda rondava sua mente não a deixava em paz. O pedido de Gabriel estava constantemente ali, em sua cabeça, ecoando como uma melodia insistente. Ela queria dizer sim, queria se entregar ao que ele oferecia, mas algo dentro dela ainda hesitava. O medo de se perder, de se submeter a algo que