O som abafado de talheres finos, taças de cristal tilintando e o murmúrio discreto de conversas em francês compõem o pano de fundo. O salão é envolto por uma iluminação suave e dourada, refletida nos espelhos venezianos e nas paredes revestidas por painéis de carvalho escuro.
Thomas Hofstadter ocupa a mesa mais reservada do restaurante, próxima à janela com vista para a Torre Eiffel, que brilhava ao longe, majestosa. Veste um terno azul-escuro impecável, gravata preta de seda, e observa o relógio pela terceira vez.
Pega o celular e confere alguns e-mails até que a presença de Anne o faz erguer os olhos. Ela entra. Cabelos curtos, no clássico chanel de bico em tom perolado; olhos azuis, profundos como o mar. Alta, extremamente elegante. Sua postura firme e a confiança natural que exala destacam-na imediatamente no ambiente.
Thomas larga o celular com lentidão, sem desviar o olhar dela. Anne caminha com passos medidos, quase desafiadores — como quem conhece perfeitamente o impacto que c