~ MAITÊ ~
Mais de trinta horas. Foi esse o tempo que durou nossa viagem de volta ao Brasil, contando o voo internacional, as escalas intermináveis e as esperas em aeroportos que pareciam se arrastar por uma eternidade. E durante todo esse tempo, fomos tomados por um silêncio que sufocava.
Não era o silêncio confortável que havíamos aprendido a compartilhar durante nossa semana de paraíso. Era algo pesado, incômodo, carregado de tudo que não foi dito e de tudo que não poderia ser dito. Trocávamos apenas frases curtas e educadas - "Quer água?", "Está confortável?", "Obrigada" - mas nada além disso.
Eu podia sentir a tensão irradiando dele a cada minuto que passava, como se ele estivesse constantemente à beira de romper aquela barreira de silêncio e tentar me convencer novamente. E eu me mantinha r&i