A ligação chegou dois dias após a festa improvisada em casa de Nate. Estávamos tomando café juntos na cozinha, discutindo os apartamentos que visitaríamos - ele havia marcado cinco opções diferentes em bairros que achava que eu gostaria - quando o telefone de Nate tocou exibindo o número da delegacia.
— Precisamos que vocês venham novamente para alguns esclarecimentos — disse a voz do detetive Thompson do outro lado da linha, seu tom profissional mas não urgente. — Questões de rotina, conferência de fatos, checagem de alguns detalhes dos depoimentos. Nada muito complicado, mas necessário para o processo.
Senti meu estômago se contrair imediatamente, como se alguém tivesse apertado um nó apertado bem no centro do meu abdômen. O café da manhã que havia estado saboreando momentos antes de repente perdeu todo o sabor, e minha boca ficou seca. Pensei que a parte mais difícil havia passado, que poderia começar a processar o trauma em paz, no meu próprio ritmo, sem ter que reviver constantem