Capítulo 216

Passei a manhã inteira ensaiando mentalmente o que ia dizer para Nate. Era uma conversa simples, em teoria: agradecer pelos presentes, aceitar o disco, devolver o colar. Simples, direto, sem complicações.

Por que, então, minhas mãos estavam tremendo quando peguei a caixinha de veludo azul?

Eram quase duas da tarde quando finalmente consegui reunir coragem suficiente para caminhar até o escritório dele. A porta estava entreaberta, e pude vê-lo concentrado em alguns documentos, uma mecha de cabelo caindo sobre a testa de uma forma que me fez lembrar do sábado no mercado.

Bati levemente na porta.

— Entre — ele disse sem levantar os olhos.

— Nate? — chamei hesitantemente. — Posso falar com você um minuto?

Ele ergueu o olhar e sorriu quando me viu, aquele sorriso genuíno que sempre fazia algo se mexer no meu estômago.

— Claro, Anne. Sente-se.

Entrei no escritório, fechando a porta atrás de mim.

— Vim agradecer pelos presentes — disse, permanecendo de pé e segurando a caixinha com as duas m
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