Dois dias depois da revelação sobre Elise e o carro de Alex, eu ainda estava processando tudo que descobríramos. Christian havia passado a manhã ao telefone com Marco, discutindo os próximos passos da investigação, enquanto eu tentava manter uma rotina normal — ou pelo menos o que restava de normalidade em nossas vidas.
Observei-o da porta do quarto, notando como ele se movia com mais fluidez, sem a rigidez dos primeiros dias após o acidente. Os hematomas no rosto estavam quase imperceptíveis agora, e ele parecia ter recuperado muito da energia que eu havia temido que perdesse para sempre.
Quando terminou a ligação, encostei-me no batente da porta com um sorriso que tentava esconder minha ansiedade.
— Já que você está se sentindo bem o suficiente para se enfiar em um carro durante uma investigação — comecei, cruzando os braços —, achei que talvez gostasse de me acompanhar em outro tipo de compromisso hoje.
Christian levantou uma sobrancelha, fechando o notebook.
— Que tipo de compromi