222. Isso Não é Como Nos Filmes
“Lorenzo Villani”
Desligo o telefone e o jogo na mesa com mais força do que pretendo, fazendo Tiziano levantar os olhos dos documentos que está analisando.
— Aurora? — pergunta, como se não fosse óbvio.
— Quem mais conseguiria me deixar assim? — respondo, seco, me levantando e caminhando até a janela do escritório.
— Como ela reagiu ao Alessandro?
— Como imaginei que ficaria — murmuro, observando o mar. — Furiosa. Só faltou me xingar.
— E você disse…?
— A verdade — me viro para encará-lo. — Que estou respeitando a vontade dela de ter espaço.
Tiziano fecha a pasta e se inclina na cadeira, me observando com aquela expressão que conheço desde criança.
A mesma que faz quando acha que estou fazendo besteira.
— Lorenzo…
— Foi ela quem fugiu — retruco, voltando a encará-lo. — Sem explicação, sem conversa… como se tudo o que vivemos não tivesse significado porra nenhuma. Então, não venha com sermões, Tiziano.
— Não ia dar sermão — ele levanta as mãos. — Só ia perguntar se você te