16. A Raiva e o Desejo
Congelo diante das palavras dele. Agora, com seus lábios quase roçando nos meus, é impossível não sentir a tentação de pedir exatamente por isso, mesmo contra minha vontade.
— Você está… — murmuro, incapaz de terminar a frase.
— Estou o quê?
Ele se afasta ligeiramente, o suficiente para que seus olhos acompanhem cada reação minha, mas ainda perto o bastante para que eu não consiga raciocinar direito.
— Muito enganado — finalmente consigo sussurrar. — Não vou pedir. Então, pare de me provocar.
Ettore esboça um sorriso malicioso, me fazendo perceber que ele sabe exatamente o que está fazendo comigo.
— Talvez eu esteja… — admite, levantando a mão para tocar meu rosto, deslizando o polegar pela minha bochecha. — É tão fácil te provocar, Piccola.
O apelido, dessa vez dito sem a frieza habitual, faz meu coração acelerar ainda mais, se é que é possível.
— Não me chame assim — peço, fechando os olhos por um instante.
— Por quê? — ele questiona, aproximando-se ainda mais. — Porque te