182. Um Loop Eterno Na Memória
“Aurora Bianchi”
Duas horas se passaram desde que Lorenzo voltou para a sala com outra camisa, e eu ainda não consegui tirar da cabeça a imagem dele sem ela.
Chega a ser ridículo uma mulher adulta, que já viu homens sem camisa antes, se sentir assim.
Mas, aparentemente, os outros não eram Lorenzo, porque meu cérebro decidiu que essa é uma imagem que precisa ficar em loop eterno na memória.
Ele permanece concentrado no computador, completamente alheio ao caos que seu físico definido e a pele bronzeada causaram na minha mente.
E eu, claro, não consigo ficar mais que dois minutos sem olhar na direção dele.
— Aurora — ele chama de repente, me fazendo pular de susto.
— Eu?
— Você está bem? Parece… hipnotizada.
— Estou ótima — respondo, me endireitando. — Por quê?
— Porque você está parada sem piscar há uns cinco minutos — diz, com aquele sorrisinho convencido. — Olhando para mim.
Merda. Ele percebeu.
— Eu não estava olhando para você — nego, mas minha voz sai nada convincente.