NATÁLIA
— Traga elas aqui. — Ele esticou o pescoço e ordenou a Bernardo.
— Sim, Alfa. — Bernardo desapareceu ao meu lado e virou à direita na extremidade da sala de estar.
Ricardo se deixou cair no sofá branco, descansando os braços sobre o encosto e se esticando novamente.
Ele estava tentando me provocar de maneira inútil? Eu me movi de um pé para o outro, sentindo-me desconfortável.
— Venha aqui. — Sua voz soou cansada e sobrecarregada.
Agora que finalmente consegui pensar racionalmente, não pude deixar de notar certas coisas. A expressão no rosto de Ricardo e a maneira como ele estava agindo... Era quase como se ele estivesse hesitando ou se sentindo culpado.
Sobre o que? Não consegui dizer.
Eu me aproximei dele com passos pequenos. Ele agarrou minha mão e me fez sentar em seu colo como uma criança.
Eu ofeguei, mas não lutei para sair de seu abraço quando ele envolveu minha cintura com o braço e repousou a cabeça em meu ombro. Ele trouxe o braço direito para frente e coloco