Olhei bem para a cara deles, tentando guardar os rostos, já que era noite e os dois se vestiam iguais e ambos eram parecidos: morenos, cabelos raspados e magros, usando barba.
Eu poderia chamar Heitor e acabar com a palhaçada naquele mesmo instante e fazê-los deitar no chão para eu passar por cima com meu salto dez. Mas isso faria com que ele soubesse que eu estava ali. E eu queria fazer uma surpresa.
Enquanto eu pensava, vi Anon ao meu lado:
- Algum problema, senhora Bongiove?
- Sim, Anon, temos um problemão. – Ben falou.
- Estes gentis gêmeos – toquei o dedo no peito de um e depois do outro – Acham que eu não devo entrar direto, tendo que ir para a fila, Anon. – Expliquei.
- A senhora Bárbara é mulher do senhor Casanova. Ele faz questão que a chamem de “mulher dele”. Para vocês terem uma ideia, eles moram na mesma casa.
Os dois me olharam de novo, o medo estampado nas pupilas dilatadas.
- Vocês têm sorte que eu sou uma boa pessoa – falei – Ao menos tento ser. Mas Anon não é uma boa