As crianças cantavam e cantavam.
Canções de amor e de fantasia.
Canções de alegria e de monotonia.
Até que o chão passou a ficar mais quente e mais quente.
E elas cantavam e cantavam.
Até virarem terror e gritos.
As crianças viraram poeira.
E do lado de fora.
Uma garotinha sorria.
Enquanto via seu antigo orfanato queimar e queimar.
Queimar e queimar.
Queimar e queimar.
— Emma... Emma... Emma por favor acorde.
Estou deitada na minha cama quando Claire balança meu corpo para frente e para trás desesperada. E a primeira coisa que eu vejo são as lágrimas dela caindo em cima de mim.
— Claire... — Digo meio desorientada pelo sono ainda — O que...
Eu nunca terminei aquela frase.
Porque nesse instante ouvi os gritos aterrorizantes de todos ali.
E pior ainda.
Senti o calor imenso e a fumaça invadindo minha pele.
Claire não precisou dizer nada, nem mesmo uma palavra, para que eu entendesse o que estava acontecendo. E antes mesmo que ela pudesse se recompor eu agarrei sua mão e comecei a correr