O prazo que dei ao meu pai já estava na metade e até o momento nada havia mudado na empresa. Enquanto arrumava algumas coisas no apartamento novo, ouvi meu celular tocar, tateei a cama e olhei no visor. Era minha mãe, por algum motivo um arrepio percorreu minha espinha, como se fosse um mal pressagio.
— Oi, mãe! — Apoiei o aparelho no ombro, pressionando a orelha sob ele e continuei a dobrar as roupas na cama. — Mãe? — Minha mãe não havia respondido e aquilo fez meu peito se apertar.
Havia algo de errado.
— O que houve? — Perguntei aflito, sentindo o ar fugir dos pulmões.
— Se… — Ela respirou fundo, dava para ouvir os soluços devido ao choro. — Seu pai. Ele sofreu um AVC e está no hospital.
Senti o quarto girar em 360º graus e um soluço prender em minha garganta. Por mais que tivéssemos nossas brigas, nunca lhe desejei mal e mesmo não sendo meu pai de sangue, ele foi o homem que me criou.
— Onde? — Levantei da cama com cuidado, ainda sentia o quarto rodar sob a minha cabeça.