HARRY RADCLIFFE
Os portões do condomínio de luxo abriram-se, cedendo espaço para que o meu carro avançasse lentamente. A neve, que antes não havia se atrevido a marcar presença, agora é implacável como sempre, e caía com uma determinação obstinada, obrigando-me a limpar constantemente os para-brisas para manter a minha visão desobstruída. Ao meu lado, Steffan parecia tenso, a sua inquietação palpitando no ar, mas durante todo o trajeto, nenhum de nós ousou romper o silêncio carregado que pairava dentro do veículo.
Antes de sair de casa, tive a oportunidade rápida de trocar de roupa, disfarçando qualquer indício da nossa verdadeira intenção. Quando a minha família perguntou para onde estávamos indo, foi Steffan quem improvisou uma desculpa tola, mencionando uma ida rápida ao supermercado para comprar itens para o almoço, mesmo sabendo que a minha despensa estava sempre bem abastecida.
Estacionei o meu carro atrás do veículo do meu pai, notando a presença de outro carro além do esperado