CARMINE
Corro pela floresta. O vento forte balança meus cabelos, mas não derruba meu capuz vermelho, por mais que suas pontas voem para todo lado. Depois de muito correr, encontro uma parede. É a terceira vez que encontro a mesma parede. Esse lugar não tem saída. Decido correr perto dela até encontrar uma porta ou o seu fim. Os galhos arranham meu rosto e meus braços, manchando-os de um carmesim intenso, meu sangue. Ouço uivos assustadores que fazem meu coração disparar. Estou fugindo de um lobo. Sei que estou.
Finalmente chego a uma porta, que abro com dificuldade.
O que?
Agora estou em um quarto. É o quarto do meu melhor amigo. Não uso mais o capuz e não estou ferida, estou com um vestido vermelho justo e curto, e meus cabelos estão livres pelas minhas costas e ombros.
Raoul sai do banho com um toalha enrolada na cintura, os cabelos molhados pingam na sua pele e minhas mãos coçam por tocá-lo.
Eu me lembro desse dia. Foi preciso berrar alguns comandos na minha mente para não encar