Deixo a mensagem de voz e rio olhando o teto. Rio da minha própria atitude.
— Covarde! Isso não foi uma despedida. Isso foi implorar.
Fico nessa mesma posição por horas. O quarto vai ficando mais claro e percebo que a luz da lua foi substituída pela luz do sol.
Levanto da cama e saio do quarto. Ainda estou com a roupa do baile e com sangue seco na mão. O corte superficial parou de sangrar sozinho.
Antes que eu possa questionar o motivo de estar fazendo isso, meu punho fechado já atinge a porta do quarto do meu irmão.
Ninguém abre a porta. Estou prestes a bater novamente quando ela se abre e Henry aparece quase nu.
— Que visão horrível para se ter de manhã. — Cubro meus olhos teatralmente
— Que horas são, Raoul? O que você quer? — ele se mostra mal humorado.
Olho no relógio e respondo:
— São 7:45hs. E eu não dormi ainda. Não consigo parar de pensar em uma coisa e você precisa me ajudar. Quero saber por que alguém fica com raiva se você mata alguém que a ofendeu.
Primeiro vou perguntar