— Sabe, Ethan, muita gente considera o xadrez um jogo de velho ou um jogo chato. Mas a verdade é que a vida é um grande tabuleiro de xadrez. Isso é algo que aprendi com meu avô. Ele me ensinou a jogar xadrez.— E pelo visto, você aprendeu bem. — Ethan comentou, fechando o livro e me encarando com aquele olhar penetrante, o mesmo que sempre usava quando estava prestes a dissecar minhas palavras.Dei de ombros, pegando uma peça invisível no ar.— Meu avô sempre dizia que, no xadrez, o rei é a peça mais importante, mas a rainha… — Sorri de canto. — A rainha é a mais poderosa.Ethan inclinou a cabeça, como se estivesse avaliando minhas palavras.— E você se considera a rainha?— Me considero alguém que sabe jogar. — Respondi, mordendo o canto do lábio. — E alguém que nunca esquece uma jogada.Ele soltou uma risada baixa.— Isso soa como uma ameaça.— Não. — Cruzei as pernas, apoiando os cotovelos nos joelhos. — É uma promessa.Por um momento, o silêncio preencheu o quarto. Eu podia sentir
— Queridos a pizza chegou. - Grita minha mãe Ethan fechou o livro e me olhou com um sorriso de canto. — Acho que esse é o nosso sinal para uma pausa. Revirei os olhos, mas não pude evitar sorrir. — Você só queria uma desculpa para fugir da química. — E você só queria uma desculpa para continuar me observando. Meu sorriso vacilou por um segundo, mas me recuperei rápido. — Você se acha demais, Laurent. — Só porque você me dá motivos, Matthews. Antes que eu pudesse rebater, minha mãe gritou de novo: — Se vocês não descerem agora, eu como tudo sozinha! Ethan riu e se levantou, estendendo a mão para mim. — Vamos antes que sua mãe realmente faça isso. Segurei sua mão sem pensar muito. Mas, quando nossos dedos se entrelaçaram, senti um arrepio estranho. Balancei a cabeça, ignorando a sensação. Era só o jogo. Era só a estratégia. Então por que, quando ele me puxou para levantar, meu coração bateu mais forte? Minha mãe nos olhou com um sorriso divertido enquanto coloc
Finalmente chegou a segunda-feira. O dia prometia, e não apenas por ser o início de uma nova semana escolar – mas porque agora tudo havia mudado. Ou melhor, nós havíamos mudado.Ethan fez questão de me buscar em casa. Mas não com o carro de sempre.Ele chegou em uma moto preta, impecável, com o capacete debaixo do braço e aquele sorriso meio torto que me fazia perder o raciocínio. Minha mãe quase derrubou o café quando o viu pela janela.— Caramba, Ethan, não sabia que você tinha moto. — Brinquei, cruzando os braços.— Só uso em ocasiões importantes. — Ele disse, jogando a chave no ar e pegando com facilidade. — E isso, rainha do caos, é importante.Meu coração deu uma cambalhota.Sorri de lado, ajustando o capacete que ele me entregou.— Você realmente leva essa coisa de "chegar com estilo" a sério, hein?— Se é para fazer um jogo bem-feito, temos que impressionar desde o primeiro movimento. — Ele piscou, dando partida na moto.Subi atrás dele, segurando firme sua jaqueta de couro. O
A primeira coisa que pensei quando Lilith me beijou foi: ferrou. Porque, naquele momento, percebi que eu estava completamente ferrado. Eu gostava dela. Não só do jeito desafiador, inteligente e caótico dela. Eu gostava dela de verdade. E agora todo mundo sabia disso. Eu só espero que ela não saiba. Entramos no refeitório de mãos dadas, e eu senti os olhares sobre nós. Era engraçado como, em uma escola onde já aconteceu de tudo, a maior fofoca do dia ainda era sobre quem estava namorando quem. Isabella nos encarava de longe, sua expressão era ilegível, mas eu conhecia aquele olhar — era o olhar de quem via seu jogo escapando pelo ralo. Henry estava mais difícil de decifrar. Ele olhou para Lilith e depois para mim, como se tentasse entender como diabos isso tinha acontecido. Sentei-me ao lado de Lilith, que começou a comer como se nada estivesse acontecendo. — Você está bem tranquila para alguém que acabou de virar o centro das atenções. — Sussurrei. Ela deu de ombros
Eu sabia que Lilith não ia desistir tão fácil.Desde o momento em que entrei naquela escola, foi questão de tempo até que ela se tornasse minha maior rival. Mas, até agora, eu sempre estive um passo à frente. Sempre soube manipular o jogo ao meu favor.Só que algo mudou.Eu percebi isso quando vi Lilith entrando de mãos dadas com Ethan Laurent.Ethan. O garoto que nunca realmente pertenceu a esse mundo de status, festas e poder, mas que, de alguma forma, sempre esteve ali. Sempre foi uma peça no tabuleiro. Antes, uma peça minha. Agora… dela.Cruzei os braços, observando de longe enquanto Lilith ria de algo que ele dizia. Ela parecia tão confortável, tão confiante.Isso me irritava.Porque Lilith sempre foi assim: segura, arrogante, como se o mundo estivesse na palma da sua mão. Mas agora, depois de tudo que aconteceu, depois de eu finalmente ter conseguido derrubar sua coroa… ela deveria estar no chão. E, no entanto, ela estava ali, caminhando ao lado de Ethan como se ainda fosse a ra
Talvez eu seja a vilã, mas você no meu lugar faria diferente?” Tudo era diferente. Tudo estava mais fácil… até que ela entrou. A novata. Isabella Montgomery. E todos caíram aos pés dela… Mais um dia caminhando pelo corredor da escola com meu namorado, o famoso Henry Lewis. Tudo estava perfeito, como sempre, até que ela entrou pela porta. Isabella. A novata deslocada, a menina que conseguiu roubar a atenção de todos, até mesmo a de Henry, meu namorado desde o primeiro ano do ensino médio. E agora estávamos no último ano. — Quem é essa? — Pergunta Henry, seu olhar agora fixo nela, deixando de lado tudo o que estava à sua volta. — A novata, Isabella Montgomery. — Respondo, tentando manter a calma. Já sabia quem ela era. Ela morava perto de mim, então não era novidade. — Você está babando, Henry? Ele ri, mas não é uma risada convincente. Seu olhar ainda está preso nela. — Claro que não. Ela não tem nada que me interesse. — Henry balança a cabeça, como se tentasse afastar qualq
“Se você acha que pode me derrubar tão facilmente, mal sabe que já sou feita de pedras.” O dia seguinte não foi mais fácil; na verdade, as coisas só pioraram. Isabella, com seu jeitinho de novata deslocada, já estava completamente entrosada com todos. Mas, claro, ela ainda não sabia o que estava fazendo. Não, não ainda. Na sala de aula, o nome dela ressoava pelos corredores, em sussurros curiosos: “Isabella, Isabella, Isabella.” Como se fosse a grande novidade, a estrela da temporada, aquela que todos queriam ser amigos. E Henry? Bem, ele estava no centro disso tudo, rindo das suas próprias piadas e falando de assuntos que, sinceramente, não faziam sentido algum para mim. Me recostei na cadeira, tentando esconder o desconforto que tomava conta de mim ao ver como ele olhava para ela. Mas uma coisa era clara: ele ainda não tinha noção do jogo que estava começando. Ele não sabia, mas eu já estava um passo à frente. E eu sabia muito bem o que estava em jogo. No intervalo, Henry
Meu mundo virou de cabeça para baixo. Aqui estou eu, deitada na minha cama, no final da tarde de uma sexta-feira, que normalmente seria passada com as minhas amigas no shopping. Mas não, elas estão todas hipnotizadas por Isabella, até minhas amizades foram roubadas por essa vagabunda. Ela chegou e arrasou tudo. A cada dia que passa, a raiva cresce mais dentro de mim, e o ódio por ela se espalha como um veneno que eu não consigo tirar de dentro de mim. — Como eu odeio essa Isabella. — Murmuro, deixando o ódio tomar conta de cada palavra. — Lilith, vem aqui! — A voz da minha mãe me chama lá de baixo. Eu fecho os olhos, respiro fundo e tento não explodir. Não quero que ela perceba o quanto estou prestes a perder o controle. Levanto da cama e desço as escadas com uma sensação de irritação crescente, minha cabeça cheia de pensamentos tumultuados. Quando entro na sala, lá está ela. Isabella, com aquele sorriso angelical e um olhar cheio de falsa doçura. Ela está sentada com minha mã