Capítulo 41. Falsidade
— Seu sobrinho vai nascer — minha prima ligou um dia, às oito da manhã.
Quando eu era mais nova, imaginava que um dia teria filhos, sobrinhos e meus pais seriam aqueles avós babões. Nada disso se realizou.
Eu não falava com a minha irmã, aquela que me traiu e me apunhalou pelas costas. Depois da nossa última conversa, ela sumiu por um tempo; às vezes mandava alguma mensagem que eu simplesmente ignorava.
A criança, no entanto, não tinha culpa de nada. Era um ser inocente, vindo ao mundo em meio a uma confusão que não era dele. Eu não conseguia imaginar minha irmã como uma mãe zelosa, mas diziam que um filho mudava a vida. Esperava, sinceramente, que fosse verdade.
— A tia foi ao hospital? — perguntei.
— Não. A Karen ligou avisando, mas disse que não precisava. A família toda do traste está lá. Falou que é um parto de risco, mas que me ligaria quando nascesse.
— Ela disse qual é o hospital?
— O mesmo onde o teu cunhado ficou internado.
— Pra quem dizia que podia perder a casa, está pod