(Esmen)
Minhas mãos tremiam, tive que escondê-las embaixo das mangas longas do vestido.
Me virei para tentar respirar melhor, pois de repente tudo ficou muito sufocante e estranho. No entanto, avistei a cortina manchada e recordei-me o que estava a apenas alguns passos para me horrorizarem com a imagem.
Meu corpo ficou rígido, baixei a cabeça me voltando para quem apenas me observava, sem mover um músculo sequer.
“Do que estou tentando escapar?”
— E-eu fico feliz que esteja vivo… — fiquei desconcertada pela situação.
— Pois não me parece. — diz ele, com a voz calma mas perigosa.
Tive de levantar os olhos para encontrar os seus. Não havia julgamento ou raiva neles, traziam algo mais, algo desconhecido.
— Me sentia culpada pelo que aconteceu. — estendi o assunto.
— Sentia? — parecia estar se perguntando em voz alta. Compreendi que eu era a pessoa deslocada ali.
— Ainda sinto! Ainda se vê muito machucado. — Corri rapidamente os olhos por seu corpo, não querendo ser intrometida