Em Porto Cristal, dias se passaram lentamente. Eleanor encarava o reflexo no espelho antigo do quarto, o mesmo em que havia se arrumado no dia do casamento com Arthur. Agora, sua imagem parecia de outra mulher, estava abatida, traída e enjaulada. Não pode sair do quarto um minuto sequer.
O vento lá fora balançava as cortinas pesadas, e o som distante de risadas no andar de baixo atravessava as paredes. Vanessa assumiu a gestão da casa.
Ela respirou fundo, tentando conter o tremor nas mãos. Campo? Arthur falava da propriedade afastada da família, um lugar isolado, quase esquecido. Mandá-la para lá era o mesmo que bani-la. Não voltaria nem morta. Não era mulher de aceitar o exílio duas vezes.
Foi até a penteadeira e, com um movimento rápido, removeu a gaveta inferior. Por baixo do fundo falso, encontrou uma pequena chave de ferro, o segredo que mantinha desde antes do casamento. A chave de um cofre.
Girou o quadro da família, revelando o cofre embutido na parede. A chave girou f