Mas ao olhar nos olhos de Poliana, tão cheios de expectativa, ele não conseguiu dizer nada.
A culpa pesava ainda mais em seu coração. E uma profunda dor o invadia também.
Nestes dois anos, embora também tivesse sido atormentado por sua fobia particular, além de se dedicar ao trabalho, ele conseguiu encontrar tempo para viajar e espairecer em vários lugares. Ele sabia bem como ela vivia no passado, mas agora, com dinheiro e tempo, parecia estar completamente aprisionada na gaiola invisível do casamento deles, sem ter ido a lugar algum.
Comparados a outros casais, que desde o início viviam alegres e juntos exploravam o mundo, eles tinham quatro anos de convivência que, na verdade, pareciam vazios de momentos compartilhados.
Engolindo em seco, ele mudou de assunto:
— Que tal... Depois da reunião, irmos nos divertir um pouco?
Nos olhos de Poliana havia um brilho de desejo, mas logo ela baixou o olhar, balançando a cabeça.
— Não dá... Minha avó ainda está internada.
A expressão de Gustavo