Já estou cansada desse hospital, mas pelo menos agora me deixam sair do quarto, desde que seja numa cadeira de rodas, com Dante me empurrando para lá e para cá.
De qualquer forma, ainda estou deitada em uma maca de hospital. Outra maca. Outra sala. Mas um motivo novo e empolgante.
— Está pronta? — o médico pergunta enquanto aplica um gel aquecido na minha barriga.
Assinto, mas não consigo dizer nada. Dante está em pé ao meu lado, uma das mãos entrelaçada na minha, como tem sido nos últimos dias. A outra está espalmada no peito, talvez segurando o próprio coração no lugar.
Ainda não há nada para ver, mas seus olhos estão fixos no monito