O dia seguinte amanheceu mais silencioso do que o normal. Pela primeira vez, Isabela acordou antes do habitual, e o estranho era que não tinha sido o despertador nem barulho algum que a despertara — era a inquietação.

Sentada na enorme cama, olhava pela janela o céu acinzentado de Montserra, como se aquilo refletisse exatamente o que se passava dentro dela. Uma mistura de confusão, expectativa… e algo que ela teimava em não querer nomear.

— Você está se perdendo, Isabela… — murmurou para si mesma, passando a mão pelos cabelos.

Ao descer para o café, encontrou Beatriz, a sogra, elegantemente sentada à mesa, lendo o jornal como se fosse a atividade mais importante do mundo.

— Bom dia, querida. — disse Beatriz, sem desviar muito os olhos do papel, mas com um sorriso no rosto. — Dormiu bem?

— Dormi... — Isabela respondeu, forçando uma naturalidade que definitivamente não sentia.

Beatriz a observou por cima dos óculos, como se lesse sua alma.

— Leonardo já saiu. Teve uma reunião cedo. — in