A mansão Vasconcellos nunca estivera tão iluminada. Lustres de cristal refletiam as luzes douradas do salão, onde uma orquestra de cordas afinava os instrumentos. Convidados da alta sociedade de Montserra circulavam em trajes formais, carregando taças de champanhe e sorrisos cuidadosamente esculpidos para impressionar.

Tudo havia sido pensado nos mínimos detalhes: as flores brancas e douradas que enfeitavam as escadarias, o bufê luxuoso, os vinhos importados e até a música escolhida para o momento em que o casal anfitrião faria sua entrada triunfal.

Mas, para Isabela, aquela noite era mais do que uma celebração social. Era uma declaração de guerra — silenciosa, elegante, mas implacável.

No andar de cima, ela terminava de se arrumar. O vestido escolhido era ousado: longo, preto, com fendas laterais e um decote profundo nas costas. Seu cabelo estava preso num coque impecável, e os brincos de diamante reluziam como pequenas estrelas em contraste com sua pele.

— Está pronta? — Leonardo pe