O castelo parecia mais frio naquela manhã. O vento que entrava pelas janelas abertas carregava um peso invisível, um prenúncio do que estava por vir. Elise despertou cedo, o corpo ainda fraco, mas a mente inquieta. Depois da última noite, não havia mais espaço para hesitação.
Ela saiu do quarto com passos cuidadosos. Os corredores estavam vazios, mas os poucos empregados que encontrava mantinham a cabeça baixa, desviando o olhar. Eles sabiam. Todos sabiam. O silêncio não era mais apenas uma ausência de som, mas um aviso.
Atravessou os corredores até os jardins internos, onde encontrou Seraphine. A mulher estava de pé ao lado de uma fonte, as mãos enluvadas descansando sobre a pedra fria. Seus olhos se voltaram lentamente para Elise, avaliando-a com um sorriso enigmático.
— Não achei que teria coragem de sair do seu quarto tão cedo — disse ela, com a voz suave, mas carregada de veneno.
Elise não se deixou intimidar.
— E eu não achei que você tivesse o hábito de subestimar as pessoas. A