Christian Müller –
O céu estava nublado quando descemos do carro. A fachada cinzenta da prisão parecia refletir o peso que eu carregava no peito.
Ao meu lado, Mark mantinha a postura firme, atento. Três advogados nos acompanhavam, cada um segurando pastas recheadas de verdades que estavam a muito tempo escondidas.
Hoje não era sobre revanche. Era sobre justiça. E acertos finais.
Entramos sem cerimônia. O recepcionista arregalou os olhos ao me ver — sabia quem eu era. Todos sabiam. Não importava.
Me aproximei do balcão.
— Quero falar com Arthur Müller — anunciei com a voz baixa, mas cortante. — E quero uma sala privada. Com ele. Com o advogado dele. E com os meus.
O policial hesitou por um segundo, trocou olhares com o delegado, mas logo concordou.
Ninguém queria bater de frente comigo. Não agora. Não mais.
Fomos conduzidos por corredores gelados até a sala de reuniões.
A tensão era quase palpável. Cada passo ecoava como um prenúncio. Eu sentia o coração bater lento e pesado, como um t