Henrique secava os cabelos com uma toalha, sua voz neutra:
- Você não pode esperar quatro meses?
- Não é uma questão de não poder esperar. É que você não confia em mim e não quer ficar comigo.
- É meu filho, eu vou assumir a responsabilidade.
- Eu concordo e estou disposta a fazer a amniocentese, mas, depois de tantos anos juntos, é assim que você me vê? Como alguém que não merece confiança? - Paola piscou lágrimas nos olhos, a fragilidade revelando força interior.
Henrique permaneceu inabalável, os olhos negros debaixo do corte de cabelo curto fixos nela:
- Você dormiu com Otávio, não é?
Paola sentiu um arrepio na espinha, esquecendo-se até de chorar.
Ela sabia! Aquele desgraçado do Otávio contou tudo para Henrique!
- Sim, dormi com ele uma vez, antes de te conhecer. Isso aconteceu antes de eu te conhecer. Pode garantir que nunca cometeu erros ao longo da vida? - Paola encarou as acusações dele, mantendo a calma e a compostura.
Henrique, diante da acusação, manteve-se frio e calmo: