CAPÍTULO BÔNUS - LORENZO GANZATELLI
Eu estava de férias em Florianópolis, aquela cidade que consegue ser ao mesmo tempo urbana e selvagem, com praias de água gelada e gente bonita andando como se a vida fosse simples. Tínhamos alugado uma ala inteira do hotel — uma daquelas áreas com piscina interna, bar molhado e vista para o mar — eu, e mais alguns amigos. Era para ser só descanso, risadas, bebida gelada e nenhuma responsabilidade.
Claro que nada começa a dar errado quando você está atento.
Começa quando você relaxa.
Eu só percebi que tinha esquecido a carteira quando já estava a meio caminho do quiosque.
A mão bateu no bolso vazio e o estômago afundou. Documentos, cartões, tudo ali. Avisei os caras que voltaria rápido.
— Encontro vocês na ala da piscina aquecida — falei, já dando meia-volta.
O corredor do hotel estava silencioso demais.
Tapete grosso, cheiro de cloro misturado com aromatizador caro.
Quando dobrei a esquina que dava acesso à área da piscina interna, ouvi