A cozinha exalava calor, cheiro de tempero forte, lenha queimada e nervos à flor da pele.
Maria comandava o fogão como uma maestrina experiente, e a orquestra do jantar estava em plena sinfonia. Carne assada dourada no ponto, arroz soltinho fumegando, legumes coloridos e brilhantes, pão caseiro recém-saído do forno, ainda soltando vapor. Havia um perfume de lar ali. Mas o ambiente estava longe de acolhedor.
Taylor estava sentado na ponta da mesa como um rei mal-humorado no trono errado. Braços cruzados, a camisa branca colada ao peito largo ainda úmido do banho recente, calça moletom, cabelos desgrenhados caindo na testa e o olhar distante, preso a alguma lembrança ou provocação. Cada vez que alguém se mexia, o banco rangia, e ele endurecia a mandíbula.