Sophie é uma mulher de 20 anos que já terminou o colegial, mas até hoje não sabe o quer fazer da sua vida, só sabe que quer fazer faculdade e arranja um trabalho sem ajuda de seus pais. Carla e Jose são os pais de Sophie, não sabem viver sem dinheiro e sua empresa está passando por problemas financeiros, deixando eles nervosos e vai pedir ajuda a família de Manuel. E a única solução seria arranjar um casamento forcado para sua filha. Livro faz parte de uma série de livros com esse mesmo tema, mas não é necessário ler os outros para entender esse.
Ler maisSophie Narrando.
Eu sempre fui uma menina calma, cuidadosa, carinhosa e educada. E muito mimada. Sempre tive tudo que eu sempre quis, mas não pense que sou metida, isso não. Tenho os pais mais ausentes do mundo, eles vivem pro trabalho e o dinheiro, o que faz ficar sozinha sempre. Eles acham que dinheiro é tudo, mas não é assim que funciona a vida.Minha melhor amiga é a Flávia, uma morena de olhos azuis e muito bonita. Por onde passa chama a atenção. Já eu sou uma branquela, de cabelo escuro e não chamo tanta atenção assim e nem quero.Enquanto eu descia as escadas, minha mãe estava sentada no sofá e tinha chamado pra eu sentar com ela ali pra conversar comigo.- Filha, a empresa está passando por problemas financeiros - minha mãe disse, triste.- Mas está tão ruim assim mamãe? - perguntei.- Sim, e seu pai só conseguiu uma única solução.- Qual?- Você ajudaria no que for, minha filha?- Claro, e eu posso ajudar?- O amigo do seu pai, na verdade da família, tem um filho e ele quer casar, então viu você e gostou... Ele nos propôs um casamento entre vocês...- O que? Como assim mãe? Vocês não aceitaram isso né? - perguntei surpresa e esperando que fosse uma simples brincadeira da minha mãe.- Minha filha... Não tivemos escolha, o rapaz gostou de você e ele é tão lindo minha filha - minha mãe disse, sorrindo.- Não, eu não quero saber se é bonito ou não! Vocês só podem estar de brincadeira comigo - falei, negando com a cabeça.- Eu sei que você não queria, mas... Não tivemos outra saída minha filha.- E o que eu quero não conta? Eu sou nova e já vou casar? Estamos em que século? - perguntei, limpando as lágrimas que caiam em meu rosto.- Mas nossa empresa vai falir se não fizermos isso, vamos perde tudo. Tudo que um dia seu avô conquistou vai acabar - ela disse.- Mãe, não pode ser... Estou muito decepcionada com vocês, nunca esperei isso de vocês. Eu nunca vou perdoar vocês por isso - falei, correndo até a porta e saindo pela mesma.Antes de eu sair pela porta, eu peguei a chave do meu carro e fui até ele, chorando. Eles não poderiam ter feito o que fizeram me obrigando a casar com um estranho?Liguei o carro e fui dirigindo até a praia, ali era o único lugar que me acalmava mais e era ali que eu iria ficar. Tinha muita gente pegando sol, caminhando, mas parei apenas em uma sombra de um coqueiro e lembrei-me da conversa com minha mãe, quando me lembrei de tudo, comecei a chorar de novo. Fiquei uns vinte minutos assim, olhando o mar em minha frente e sentindo apenas as lágrimas caindo em meu rosto, não me importei com nada mais, nem se tava toda molhada.- Moça, tá tudo bem? - uma voz de homem perguntou.Olhei pra quem tinha falado, e era um homem lindo, um gostoso.- Hum, está sim. Não precisa se preocupar vou ficar bem. - apenas disse, virando o rosto.- Não parece, estou te observando de longe e já vi você chorando mais que minha mãe chorou quando eu saí de casa - ele disse, fazendo uma gracinha pra eu dar risada, e havia conseguido.- Ela chorou muito assim? - eu perguntei, sorrindo de lado.- Você não imagina o quanto, só que você tá passando ela quase.- Eu só estou com uns problemas... - falei abaixando a cabeça.- Todo tem problemas, mas chorar não vai adiantar muito, você tem que encarar - ele falou,sentando ao meu lado.- Nem te conheço e você vindo me consolar - falei, olhando-o.- Bom, me chamo Caio e sou muito legal, só não encontro sempre uma princesa chorando na praia, o que é um azar pra mim, mas hoje eu tive uma grande sorte - ele disse, piscando.- E qual seria sua sorte? - perguntei.- Ter encontrado alguém tão bela como você, pena que tá com o rostinho triste. - ele disse, limpando meu rosto molhado.- Eu to com problemas em casa e...- Vamos esquecer isso um pouco? Posso saber o nome da princesa?- Você está certo. Chamo-me Sophie - falei, sorrindo.- Princesa Sophie. Tem um desenho não tem? - ele fez uma careta.- Acho que sim, não sei - fiz bico, sorrindo.- Depois eu pergunto a minha prima de cinco anos - ele disse, piscando um olho pra mim.Ficamos conversando de quase tudo, já tinha até esquecido meus pais. Caio era engraçado e um verdadeiro príncipe, me fez rir mais que tudo, e sempre jogava uma gracinha pra mim. Descobrir que estava morando em frente à praia poucas semanas, sua mãe chorou quase uma semana, e ele era estudante de direito. E eu fui falando de mim também, menos a parte que eu tava quase me casando.- Ficamos a tarde toda aqui né? O sol já está indo - falei, observando o sol.- Tá sim, só que eu só vejo beleza aqui do meu lado - ele disse me olhando, olhei em seus olhos e sorrir.- Você sempre dá essas cantadas nas meninas? - perguntei, rindo.- Não, só nas mais bonitas. Tá funcionando?- Muito fraquinho viu? Pode melhorar - rir.- Pode deixar, vou melhor - piscou.- Assim vai conquistar todas- falei.- Você não é todas, então estou te conquistando? - ele disse. Senti minhas bochechas vermelhas e abaixei a cabeça com vergonha. – Te deixei envergonhada - ele riu.- Para idiota - falei, lhe dando uma tapa no ombro.- Acho que já vou embora, tá ficando tarde e diferente de você, moro com meus pais ainda e eles podem estar preocupados comigo - falei, levantando.- Claro, mas como faço pra te encontrar novamente? - ele perguntou.- Me passa teu número e nos falamos por mensagem, pode ser? - perguntei.- Maravilhoso. Você vai a pé? Te dou uma carona.- Estou de carro, ele está do outro lado da rua - falei, andando até o calçadão e ele ao meu lado.- Então vamos, te levo até lá. Vai que alguém te agarre por aí? Nunca se sabe - ele disse, colocando seu braço em volta do meu pescoço.- Só fala besteira, nossa!Ele me levou até a porta do meu carro e paro em minha frente, colocou minha franja atrás da orelha que tava caindo em minha testa e sorriu. Peguei o celular dele e anotei meu celular.- Não vai anotar o meu? - ele perguntou.- To sem o meu aqui, me chama no w******p que salvo, ok?- Ok então, adorei conhecer você, sabia? - falou, sorrindo.- Eu também. Você foi à melhor coisa de hoje - falei sorrindo.- Fico feliz, vamos marca de sair qualquer dia desses?- Claro, me fala o dia e à hora pelo o celular, ok? - perguntei, abrindo a porta do carro.- Sim, vai com cuidado viu? E não chore mais, você é mais linda sorrindo - ele falou.Dei um abraço apertado nele e quando fui dar um beijo em sua bochecha, ele virou o rosto e acabou saindo um selinho. Ele sorriu e eu dei um tchau.Liguei o carro e sai logo com o mesmo.Quando estacionei o carro na minha vaga, e fui andando devagar até a porta. Abrir a mesma e minha mãe tava vendo televisão ali.- Estava aonde? - ela perguntou.- Na praia - falei.- Ata - ela disse. - Minha filha pensa com carinho naquilo que te falei ok?- Tá mãe, vou subir e depois conversamos, ok? - suspirei.Ela apenas assentiu e eu fui pro meu quarto.Entrei no mesmo e peguei meu celular indo pro banheiro, me olhei no espelho e vi que tinha mensagens em meu celular. Respondi alguns que estavam ali e vi uma mensagem do Caio. Sorri.Caio: salva meu número aí gatinha?Sophie: pronto. Já chegou em casa?Mandei e fui tomar um banho, mas sem lavar o cabelo. Quando acabei, me sequei toda e coloquei um pijama. Deitei na cama e liguei a televisão, deixando em um canal de filmes. Fiquei vendo até tarde , quando deu quase uma da manhã, meu celular apitou e vi que era uma mensagem do Caio.Caio: oi, foi mal a demora, meu melhor amigo bebeu demais e me ligou, fui buscar ele na boate e levei até a casa dele rsrs, ta acordada?Sophie: sim, nossa... Teu amigo bebe tanto assim? Hahaha.Caio: nem sempre, mas hj se empolgou demais. Ficamos conversando um pouco e logo me despedi, indo dormi. Coloquei o celular ao meu lado e logo dormi. Tava tão cansada e triste, que apaguei logo.Todos os dias eu conversava pelo o celular com Gustavo. A semana toda a gente se falava e nunca acabava o assunto. Era impressionante. Eu me sentia bem com ele como não me sentia tem meses. Teve dias que fiquei triste pensando em Gabriel e até quis desistir de sair, mas Flávia me convenceu a ir e esquecer Gabriel. Quem não estava gostando nada disso era Arthur. Ele já tinha ouvido Flávia falar de Gustavo e também lembrou da irmã falando dele, então ele estava desde quarta-feira com um bico na cara.Hoje seria o dia que eu sairia com Gustavo. Me arrumei cedo e enquanto eu terminava de passar o rímel, arthur entrou em meu quarto e parou perto da porta me olhando.- Oi meu filho, tudo bem? - Parei de me maquiar pra olhá-lo.- Tudo mãe. Vai sair?- Lembra daquele amigo da mamãe, o Gustavo? Vou sair com ele.- Mãe... - Ele se sentou na cama. - Você está com ele?- Não, eu te disse que é meu amigo.- Não precisa mentir pra mim.- E eu não estou mentindo. Eu te conto a verdade quando digo qu
Sempre que podia minha ex sogra chamava meus filhos pra passarem o domingo com ela e seu marido pra aproveitarem o dia ensolarado. Desde que Gabriel partiu, eles se apegaram mais nas criancas e eu gostava muito disso. Dessa vez até eu não resistir e vim pra casa dela. Eu estava na rede sorrindo olhando a mensagem que Gustavo me enviava. Sim, quando fui embora naquele dia, Gustavo me deu seu número e trocamos mensagens desde daquele dia. A gente conversava o dia inteiro sobre nossas vidas, falei sobre a morte de Gabriel, sobre as crianças, como eu ficava com isso tudo. E assim eu soube que ele morava sozinho, era advogado como os pais. Ele sempre estava na praia com os amigos e o principal, não tinha ex doida.- Que sorrisinho é esse? - Minha ex sogra perguntou.Ela sorriu e se sentou na minha frente.- Não é nada. - Sorri de lado e guardei o celular.- Você sabe que não precisa se envergonhar né? Já tem bastante tempo da morte de Gabriel e eu não quero ver você presa nisso.- O... Que
Maria Gabriela me acordou cedo querendo ir a praia. Tentei convencê-la de ficar em casa, mas nada tirava aquela ideia da cabeça dela de ir à praia. Arthur já estava com quinze anos e já não queria sair tanto com nós duas, então deixei o mesmo dormindo, só deixei avisado que estávamos saindo.O dia tava lindo demais, um sol forte, a praia ainda estava vazio por ser cedo demais. Quando chegamos, pedi uma cadeira e um guarda sol com o rapaz que trabalha no quiosque e me sentei com Maria ali na areia. O rapaz abriu o guarda sol e arrumou tudo pra mim, o agradeci e me sentei ali brincando com Maria. Quando a mesma enjoou de ficar ali, ela se levantou e ficou em pé correndo na minha frente, até que um cachorro vinha correndo com um menininho e a assustou. O cachorro parou do seu lado e cheirou o seu pé, o menininho com os olhos verdes e o cabelo grande sorriu olhando pra Maria. Acabei sorrindo lembrando de como conheci Gabriel. Espantei meus pensamentos.- oi, desculpa pelo o Tom... Eu sou.
Doze anos depois...Hoje fazia seis anos que Gabriel tinha falecido. Ele sofreu um acidente de carro quando vinha de viajem a trabalho e não resistiu à batida do carro.Depois de quando nos casamos, nossos dias sempre foram de alegria. Em Campos do Jordão descobrir que estava grávida de dois meses, como eu era magrinha, não deu pra perceber muito. Tivemos nossa princesa Maria Gabriela. Ela tinha puxado tudo do pai, assim como era Arthur. Maria Gabriela só tinha o meu jeito, doce e calma. Não trabalhei mais pra me dedicar a minha família e Gabriel tinha feito o mesmo, ficava mais em casa que trabalhando. Mas quando tinha que viajar, não poderia negar de ir. E foi em uma dessas viajem que se despediu e não voltou mais. Depois da morte dele, tive que cuidar dos dois, Arthur estava com seis anos e Maria Gabriela estava com quatro anos.Eles ficaram mal assim como eu fiquei, mas não poderia deixar que a vida parasse. Ele não iria gostar de ver a gente mal, triste, parando nossas vidas por
Três meses depois...Hoje é o meu grande dia. O dia que será meu casamento de verdade com Gabriel. Passava um filme passando em minha cabeça sobre o que aconteceu alguns meses atrás quando eu tive um casamento forçado. E hoje eu tenho um de verdade, com amor. Eu estava linda com o vestido branco. Meu casamento seria na praia, seria só pra os mais chegados. E estava perfeito. O Arthur estava cada vez maior, e já tentava andar. Tão pequeno e tão esperto.- Ei amiga, tá bem? - Flávia perguntou, entrando no quarto.- Estou sim. E você?- Tudo. Bom, eu queria te falar uma coisa. - Ela disse.- O que é?- Eu estou namorando o Rafael. - Choquei!- O que? Como assim? Mas ele é gay. - Fiz uma cara de espanto.- Ele era, só que a gente ficou e fomos ficando, deu nisso que estamos hoje.- Bom... Isso é meio estranho. Mas se vocês estão felizes, também estou. Vocês merecem toda felicidade do mundo. - Rir.- No inicio foi difícil pra nós também, mas nossos sentimentos falaram mais altos.- Então f
Flávia narrando.Depois de tudo que aconteceu com Sophie, eu só queria estar em paz e na minha casa, na minha segurança. O que levava uma pessoa como Letícia ter feito tudo aquilo? Era amor de verdade? Se for amor, eu não quero viver assim. Não quero ser obcecada a um homem, não quero ficar sofrendo por um. E acho que até hoje não conseguir alguém por causa disso. Eu até tive um caso com o amigo do Gabriel, cheguei até pensar que iríamos ficar meses ou até anos juntos, mas não foi nada disso. Ele é cafajeste, é de todas e não se apega. Um típico homem que toda mulher quer mudar um dia, e não é todas que conseguem isso. Eu sou uma dessas que não conseguir mudar alguém por amor. Mas fazer o que, é a vida.Joguei minha bolsa no sofá quando cheguei em casa depois de um dia longo de faculdade e trabalho. Tirei o sapato e joguei longe, e fui pra cozinha. Peguei uma garrafa de vinho que tinha ali e coloquei numa taça. Prendi o cabelo em um coque e escutei meu celular tocando me avisando que
Último capítulo