Por alguns instantes, Mairi encarou o grosso diário sem coragem de abri-lo. Levantou-se da cama com ele nas mãos, mas logo voltou ao leito. Depositou— o no colchão, enquanto tentava fazer as mãos pararem de tremer.
Poderia ler algo tão íntimo de Eleanor?
No entanto, Mairi tinha consciência de não ter direito à ética num momento como aquele. O que tinha nas mãos podia dar uma pista certa do verdadeiro assassino.
— Mairi!
Levou os olhos à porta. Ian batia descontroladamente. Havia acontecido algo errado?
— O que foi? Estou de roupa de baixo – mentiu.
Queria se livrar dele o mais rápido possível, e nem percebeu o que tinha dito.
— Roupa de baixo? – A voz era de Allan. – O que está fazendo de roupa de baixo a esta hora da tarde?
Mairi então percebeu que devia ter inventado qualquer outra coisa.
— Estou com calor – tentou consertar.
— Calor em pleno inverno?
Maldito seja Allan Hatton, que parecia adivinhar quando ela faltava com a verdade.
Olhando em volta do quarto, Mairi pensou onde guar