Pietro
Eu acordei com a cabeça latejando, como se um martelo estivesse tentando abrir meu crânio por dentro. A luz do quarto era forte demais, mesmo com as cortinas fechadas, e tudo ao meu redor parecia desfocado. Pisquei várias vezes, tentando clarear a visão. O que vi não fazia sentido. Eu estava em uma cama que não reconhecia, completamente nu, com a pele arrepiada pelo lençol frio.
A memória vinha em fragmentos, confusa, como pedaços de um quebra-cabeça que não se encaixavam. Priscilla. O hotel. O lenço pressionado contra meu rosto...
— Merda — murmurei, passando a mão pelos cabelos enquanto tentava me sentar.
Foi então que a vi. Irina estava ali, na porta, como uma sentinela. Seus olhos azuis me perfuravam, congelando-me no lugar. Havia algo no rosto dela que eu não consegui identificar de imediato — um misto de surpresa e algo que parecia… tristeza? Não, talvez fosse desgosto. Ou pior, indiferença.
— Irina... — Minha voz saiu rouca, quase um sussurro. Tentei me levantar, mas min