Nuria
Parei a poucos passos dele, sentindo a tensão pulsar no ar.
"Não," respondi, firme, mesmo que meu coração doesse. "Não vim te impedir."
Ele se virou então, devagar, como uma fera acuada.
Os olhos prata me atravessaram como punhais.
"Então o que veio fazer? Me consolar? Me dizer que tudo vai ficar bem?" a risada dele foi seca, sem humor. "Poupe seu tempo, Nuria. Não preciso da sua pena."
Aquelas palavras me cortaram.
Fundo.
Mas não me movi.