Pérsia desperta com um peso quente sobre seu corpo. Quando abre os olhos, o dia ainda está nascendo timidamente pela fresta da janela da cabana. Por um segundo, não entende onde está. Então sente os braços fortes e firmes de David enlaçando sua cintura, o corpo dele colado ao seu e a respiração dele batendo devagar na sua nuca.
Seus olhos se arregalam.
As lembranças da madrugada explodem em sua mente como flashes: os olhares trocados, os toques, os beijos, o desejo e a entrega… Ela se mexe lentamente, tentando não o acordar, com o seu coração bate acelerado e as bochechas ficam em chamas.
— O que eu fiz? — pensa, sentindo o nó se formar em sua garganta.
Com cuidado, consegue sair dos braços dele. Vesti-se em silêncio, tentando não pensar demais. A cada peça de roupa, a vergonha cresce, como se a noite passada tivesse revelado mais dela do que gostaria. Arruma a mochila com rapidez, evitando olhar para a cama. O impulso é sumir daquele lugar antes que David acorde.
Quando abre a porta