Pela manhã, David chega ao escritório com os nervos à flor da pele. Não dormiu direito e, por mais que tentasse, não conseguia tirar Pérsia da cabeça. Aquela estagiária, com seus cabelos cacheados e olhos desafiadores, estava atrapalhando sua paz.
— A Pérsia já chegou? — É a primeira coisa que pergunta, assim que se depara com sua secretária.
— Bom dia, senhor Smith. Sim, a senhorita Pérsia chegou há alguns minutos — responde com um sorriso profissional.
Ele lança um olhar rápido para a mesa onde ela deveria estar, mas o lugar está vazio.
— E onde ela está agora?
— No almoxarifado, organizando alguns documentos.
Ele respira fundo, já impaciente.
— Mande-a vir à minha sala. Imediatamente.
Sem esperar resposta, entra em sua sala, fecha a porta com mais força do que o necessário e caminha até a janela, tentando conter o sentimento que o dominava. Afrouxa a gravata e tira o paletó, sentindo o suor escorrer pela nuca, um contraste incômodo com o frio daquela manhã nublada.
Era ridículo est