Sean
Meu peito aperta. Queria engolir o mundo e colocá-lo aos pés dela. Queria fazê-la sorrir, apagar o desconforto do almoço, da reunião, das entrelinhas de segredos que só nós dois conhecemos.
Me ajoelho ao lado da cama, observando cada curva, cada detalhe. O silêncio pesa, mas vibra de expectativa. O sorvete, o bolo, a lingerie, o anel… nada disso expressa o que sinto — mas é um começo. Um gesto mínimo, mas meu.
Ela respira suave. Eu respiro junto. O mundo lá fora desaparece. Por ora, só existimos nós dois.
Encosto o pote de sorvete no criado-mudo e deixo a tampa aberta. Um fio derretido escorre lentamente, provocante. Passo o dedo, e o toque gelado percorre meu pulso até o peito, despertando um arrepio.
Aproximo-me, o rosto perto demais do dela, o hálito se misturando.
— Alex… — minha voz sai em um sussurro rouco.
Ela se move levemente, os cílios tremem. Abre os olhos devagar, confusa, e meus dedos tocam os dela com sorvete. Um suspiro escapa, quase um sorriso.
— Achei que você f