Alexandra Jones
Mercúrio só pode estar retrógrado, não existe outra explicação para esse inferno astral em loop que me persegue. Duas semanas de puro caos. Sebastian e seu baile interminável, Eleonora e suas insinuações venenosas, Liam de plantão constante, Camila que fala mais do que deveria, Bruno com sua perfeição irritante, Sean que me desarma com um olhar... e agora, como cereja podre desse bolo, ela: minha carrasca, minha mãe.
Meu estômago revirava. A dor de cabeça latejava em ondas, como se cada passo fosse um tambor batendo dentro do crânio. O simples cheiro de comida na rua me embrulhava ainda mais. Eu só queria poder encolher no colo da minha avó e rir das histórias sem pé nem cabeça do meu avô — mas não. O mundo insiste em me jogar de frente contra as pessoas que eu mais gostaria de esquecer.
Meu celular vibrou: Sean.
— Alex, onde você está? Estamos te aguardando.
Suspirei. Fugir nunca é uma opção. Respondi:
— Minha mãe está aqui. Fui conversar com ela. Já estou voltando.
S