Sean
Após receber a mensagem de Alexandra, fui direto para casa, sem ao menos almoçar, não tinha fome para nada. E o trajeto de volta foi do mesmo jeito da ida ao trabalho pela manhã. Nosso lar estava imerso em um silêncio que pesava toneladas, clima denso mesmo depois que a tempestade passou. A luz da tarde, fraca e cinzenta, entrava pela janela, mas não trazia calor. A casa que, semanas atrás, era um lar vibrante, agora era uma prisão de luxo, um eco vazio da mulher que o habitava. Eu estava esperando por ela, mas não era com calma. Era com o coração batendo na garganta e uma fúria silenciosa me consumindo.
Tirei a roupa e entrei no chuveiro. A água gelada chicoteou meu corpo, tentando lavar a ressaca emocional daquele final de semana de inferno, mas a dor estava cravada na minha pele assim como as suas unhas nos meus ombros. Ao sair, eu não vesti o terno impecável preto. Eu vesti apenas o meu moletom velho, o mesmo que usava nas outras noites. Eu sabia que ela notaria. Era um jogo