— A VERDADE E O PESO DO QUE FOI REVELADO

O sol da manhã entrava em faixas douradas pela janela da enfermaria quando o médico assinou os últimos documentos. Armand estava sentado à beira da cama, ainda pálido, com o curativo na cabeça, mas com os olhos atentos.

Vivo.

Consciente.

E pronto para deixar para trás a memória do dia em que quase perdeu tudo.

Jano entrou no quarto com passos firmes, carregando uma pasta e um casaco.

— Está pronto para ir para casa? — perguntou com suavidade.

Armand sorriu leve.

— Para casa… sim. Mas para qual casa?

Jano respirou fundo.

— Para a nossa. Para a cobertura. — respondeu sem rodeios. — A Gemima só vai ficar tranquila se o senhor estiver perto. E, francamente, eu também.

Armand observou o genro por alguns segundos e assentiu, com um brilho de reconhecimento nos olhos — como se finalmente visse Jano como alguém muito além do contrato que, no passado, o incomodou tant