Emma.
Os latidos insistentes de Scott me puxam de volta à realidade, como um despertador inconveniente em plena madrugada. Destravo a porta e abro devagar, como quem teme o que vai encontrar do outro lado. Poderia muito bem ter um infarto agora, mas, sinceramente? Talvez eu prefira adiar um pouco mais esse destino.
A sala está um verdadeiro cenário de guerra. De cabeça para baixo seria pouco — parece que um furacão passou por ali com sede de caos. O sofá, antes bege e limpo, agora está coberto de tinta guache. Uma invenção da Giulia para estimular a criatividade das meninas... A criatividade e a minha paciência.
Lívia está no canto, tentando juntar uma quantidade absurda de brinquedos com a expressão de quem já desistiu da vida. Enquanto isso, Hope e Victória, em um misto de euforia e delinquência infantil, correm de um lado para o outro com Scott — o filhote de Dobermann que mais parece uma bola de energia — participando com orgulho da bagunça generalizada.
Entro devagar, rezando pa