Thomas Narrando
— Não brinca com isso, Thomas.
A voz de Emma saiu trêmula, e seus olhos brilharam de emoção. As lágrimas que ela vinha segurando por dias finalmente começaram a se acumular, ameaçando escorrer por seu rosto.
— Eu não estou brincando. — Respondi com suavidade. — Vem cá… Vamos vê-las, está bem? Vamos passar um tempo com elas.
Ela me olhou por um instante, tentando absorver a informação. Então, puxei-a para um abraço apertado, que foi retribuído sem hesitação. Senti seus ombros tremerem contra meu peito.
— Agora enxuga essas lágrimas e põe um sorriso nesse rosto — sussurrei, afagando seus cabelos com cuidado.
Descemos do carro, um pouco apreensivos. Nosso olhar foi direto para a casa de número 54. Aquilo... não parecia certo.
A fachada era sombria, os matos altos tomavam conta do pequeno jardim da frente, sufocando os degraus de cimento rachado que levavam até a varanda. As árvores ao redor estavam secas, os galhos retorcidos como garras apontadas para o céu cinzento. Um