Alguns dias depois...
Emma narrando.
São exatamente 17h15 quando caminho pelos corredores iluminados do hospital, como já virou rotina nas últimas semanas. Tenho vindo todos os dias — confesso que no início era só por elas, mas agora também é por mim. Thomas, como era de se esperar, insistiu em me acompanhar. E é impossível negar o quanto a presença dele faz diferença. As meninas o adoram, talvez até mais do que me adoram, principalmente depois que ele apareceu com um kit de maquiagem infantil e se transformou no modelo oficial das duas.
Segundo Lívia, as meninas têm pintado tudo que veem pela frente — e eu acredito. Me pergunto o caos que teria se tivéssemos seguido a ideia ousada da Giulia e dado a elas aquarelas “para estimular a criatividade”. Provavelmente estaríamos respondendo a um processo judicial movido pelo hospital por vandalismo artístico.
Abro a porta do quarto devagar, esperando ser recebida pelos costumeiros abraços calorosos e os sorrisos meigos que aquecem o coração.