Emma
— E como estão as coisas desde que saiu do hospital? Os brutamontes estão se dando bem? — perguntou Thomas, com a ironia escorrendo em cada sílaba.
— Nem me fale... Tive que ameaçá-los — respondo, revirando os olhos enquanto levo minha xícara até os lábios. — Do tipo “fingir que mataria um dos dois” pra ver se eles criavam vergonha na cara e faziam as pazes.
São 10h27 da manhã e, nesse exato momento, me encontro sentada na sala do Thomas. Ele havia me chamado com a desculpa de que tínhamos assuntos pendentes sobre uma possível reunião. Claro que eu caí no papo. Mas bastou cinco minutos de conversa para perceber que não era nada além de uma tentativa desesperada de matar o tédio — segundo ele, os dias foram insuportavelmente entediantes sem meus xingamentos disfarçados de apelidos carinhosos.
— Seus amigos são uma piada pronta. Acredita que no dia do acidente o Pateta número 1 me ligou? Por um segundo, achei que ele fosse sair pela tela do celular e me socar — disse Thomas, gargal