Capítulo 22
Emma narrando

O cheiro de fumaça ainda era forte, mesmo com o vento empurrando os últimos vestígios de fuligem rua afora. Os passos até a porta foram cautelosos, cada rangido da madeira me lembrando que aquele lugar não era mais um lar. Era uma lembrança carbonizada do que já foi.

Abro a porta devagar, como se esperasse encontrar alguém ali dentro, como se tudo tivesse sido um pesadelo e minha mãe fosse surgir do corredor com as mãos sujas de farinha e o riso fácil no rosto.

Mas tudo o que encontro é o eco do silêncio.

Entro, e o que resta do meu lar me engole de dentro pra fora.

Vidros estilhaçados, móveis queimados até as estruturas de ferro, marcas negras nas paredes que sobreviveram. Ainda havia partes das cortinas penduradas, rasgadas como se o fogo tivesse arrancado cada pedaço com raiva.

E ali, entre cinzas e entulho, algo me faz parar.

Uma moldura. O vidro estilhaçado, mas o papel fotográfico ainda intacto, manchado de fumaça e tempo, mas inteiro.

Era o meu último anive
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